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Educativo

 

Exponho alguns experimentos coletivos realizados

a partir de uma metodologia que confia no erro como disparador didático.

A iniciação prática gera um espaço para a dúvida que surge

durante o processo criativo, onde as perguntas são formuladas

para o exercício de reflexão teórica.

PRODUTORA INDÍGENA NA ALDEIA

| Em 2022, atuei como educador e supervisão de som nas oficinas de gravação de áudio pelo projeto Ajuda para criar uma produtora Indígena na minha aldeia, do povo Huni Kuin, na aldeia Segredo do Artesão em Tarauacá no Acre, mediado pelo cacique da juventude Ysaka Huni Kuin e produzido pelo saxofonista Benoit Crauste (2021).

ARTE SOBRE RODAS

| Em 2019, fui convidado a participar como monitor no projeto de arte-educação Arte Sobre Rodas, idealizada por Robertha Blatt e por Renata Lima. Consistiu numa exposição itinerante por praças públicas e escolas do Rio de Janeiro com obras dos Ícones da arte contemporânea brasileira, Lygia Clark e Hélio Oiticica, com direito a visitação gratuita. Desenvolvemos proposições coletivas para relacionar o público com os trabalhos expostos de maneira criativa. Contamos com supervisão de Bia Jabor, Andrea Jabor e Rodrigo Maia.

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AMBIENTE ENTRE OUVIDOS

| O CORPO-CARDUME, 2019

Atividade de escuta coletiva que propus durante o programa de aprofundamento Formação e Deformação da Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage. Convidei o grupo de 25 pessoas para uma meditação em pé na candelária do Rio de Janeiro e logo seguimos em uma caminhada de 3 horas em silêncio pelas ruas do centro da cidade. Utilizamos algumas ferramentas para interferir no ato de escutar como algodões e gravador digital.

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ESCUTAR A TERRA, 2020

Ativação de escuta coletiva realizada na floresta do Parque Lage durante a exposição Estopim e Segredo, encerramento do programa de aprofundamento Formação e Deformação da Escola de Artes Visuais (EAV). Utilizei venda nos olhos, algodões e estetoscópio.

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ESCUTAR COM O CORAÇÃO, 2019
Atividade relacional em três etapas para mapear o corpo e o ambiente ao redor através da escuta, que propus na exposição coletiva da Casa Jangada, um espaço que trabalha a clínica social envolvendo processos criativos. Utilizei venda nos olhos, algodões, estetoscópio, fones de ouvido com gravador digital de som e um espelho.

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TERRITÓRIOS SONOROS

| Em 2017, fui convidado como artista no projeto Transmissão Fordlândia, idealizado pela Radioee em colaboração com a Web Rádio Idade Mídia, financiado pela apexart NY. Além de produzir conteúdo, oferecemos oficinas de rádio para a comunidade. No meu caso, propus Territórios sonoros: escuta criativa, onde as participantes foram estimuladas a reconhecer as camadas sonoras que poderiam ouvir em determinados ambientes ao redor da escola, com e sem equipamentos de registro. Fizemos uma lista de sons ouvidos pelo grupo e logo discutimos sobre a importância de cada elemento que compunha a percepção sobre esses espaços. Por fim, destacamos esses sons em categorias básicas da paisagem sonora (voz, música, ruído e silêncio) para pensar em como utilizá-los criativamente em um roteiro radiofônico.  

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| O atual distrito de Fordlândia foi projetado para ser uma cidade industrial, no meio da Amazônia paraense, para extração de látex e produção de borracha no final da década de 1920. Depois de quase duas décadas de muitas dificuldades em impor um modelo de progresso, o projeto de Henry Ford fracassou e sua equipe desistiu da selva, deixando as estruturas das fábricas abandonadas cheias de peças automobilísticas e outros objetos descartados, que estão lá até hoje. Propomos às participantes das oficinas ocupá-las para realizar uma performance sonora em resposta a um incômodo coletivo que sentem quando escutam dizer que lá é um "povoado fantasma". Assim, o passado histórico que insiste na invisibilidade dessas pessoas é atualizado pelas presenças que ali permanecem. Escute o resultado da criação coletiva da peça sonora Fantasmas de Fordlândia.

RASTROS E REGISTROS DOCUMENTAIS

| Em 2016, fui convidado a oferecer um curso no módulo Documentário Contemporâneo em Belém do Pará e em Cametá, pela Fundação Cultural do Pará.  Propus a oficina Rastros e registros documentais, onde destaquei o trabalho som de filmes que consideram o espaço sonoro um possível lugar de enunciação. Observamos alguns casos e em seguida lancei um desafio para o grupo decidir um lugar para realizar um estudo de paisagem sonora, onde pudesse ocorrer variações de planos sonoros em contraponto aos planos visuais

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RASTROS E REGISTROS DOCUMENTAIS

| Para isso, tomaram como disparador um evento circunstancial: a prefeitura de Belém do Pará afirmou que realizaria uma reforma na famosa feira do ver-o-peso, o que gerou um embate com parte dos feirantes e com a população confrontando o projeto apresentado, de modo que foi exigida a realização de uma consulta pública. Realizamos uma pesquisa de campo experimental, formando grupos que desenharam uma cartografia dos ruídos desse lugar e as impressões de personagens e passantes. Na edição final, jogamos com a temporalidade afetiva nessa iminência de transformação. Escute o resultado da criação coletiva do audiovisual O som dos rastros.

BACHILLERATO POPULAR PARQUE PATRICIOS

| Em 2016, me integrei ao Colectivo Subversiones em Buenos Aires, um grupo de educação que através do programa do ensino público Educación Experimental para Adultos propõe uma alternativa para populações de baixa renda que não conseguem finalizar o Ensino Médio possam fazê-lo e adquirir um diploma. A proposta consiste em resgatar os fundamentos da educação popular, a partir de um funcionamento de autogestão, ou seja de organização horizontal das propostas educativas e da manutenção do espaço, além de sugerir um projeto pedagógico interdisciplinar. Neste sentido, participávamos de reuniões periódicas, manifestações e assembléias gerais. Estive inserido no núcleo de professores da matéria Trabajo, Autogestión, Economía Social y Solidária y Lenguajes. Tínhamos o desafio de discutir questões de relações de trabalho em diferentes modelos de economia, seja familiar, solidária ou popular, a partir de um disparador artístico que pudesse apresentar ferramentas inventivas de liberação do corpo e do pensamento sobre as dificuldades da vida cotidiana. 

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Durante o ano, traçamos um trajeto peculiar que abria os horizontes conforme caminhávamos: no primeiro semestre, insistimos num processo lento de leitura coletiva do livro "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley, que por momentos era atravessado por outros textos que ajudavam a compor um universo de referências mais amplo, como o de Silvia Federici "Um trabalho por amor". No segundo semestre, desviamos o sentido prático para a realidade do grupo e o seu entorno geográfico. Assim, promovemos visitas a duas fábricas recuperadas que resistiram à crise de 2001, abandonadas por seus donos, e reformuladas pelas pessoas que eram funcionárias e mantêm um modelo de autogestão: a gráfica "Chilavert" e a cooperativa de coleta de lixo "El Amanecer de los Cartoneros". Nessas jornadas, houve um trabalho de elaboração de um caderno coletivo com impressões pessoais sobre os espaços e perguntas que os estudantes faziam às pessoas que ali trabalham, sobretudo com relação aos conflitos nos momentos de crise econômica aguda, e também às relações entre homens e mulheres do núcleo familiar e do núcleo de trabalho. Na última parte do ano, estimulamos a escritura criativa de crônicas que envolvessem suas anotações sobre a construção de um espaço de autogestão, depois de vivenciar esse modelo na prática cotidiana do Bachillerato e de conhecer as experiências externas das fábricas recuperadas. 

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